Tocar em uma banda de rock parece tarefa fácil e prazerosa. A satisfação do artista é inegável, porém, as dificuldades são muitas; principalmente se um único artista for o mentor de toda a obra de uma banda independente. Estou falando de Elvis Rutherford, um guerreiro do folk candango que provou que a persistência vale a pena.
A banda, que antes se chamava JF Rutherford, teve uma consistente formação em 2005, quando fizeram várias apresentações que surpreenderam a cena local. Depois disso a banda se dispersou e passou por várias formações diferentes, até que o nosso guerreiro Elvis seguisse sozinho com sua inseparável espada, ou melhor, seu violão.
Elvis, sempre em busca da trupe perfeita, chegou a fazer apresentações sozinho, não deixando que o nome Rutherford fosse esquecido. Renato Rhugas, seu único companheiro remanescente, revezava sua participação entre a gaita e a percussão, dando a sustentação mais conveniente para Elvis e seu violão. Lembrando Elvis Costello, Elvis Rutherford chegou tocar em festivais punks e foi aplaudido como herói.
Com formação indefinida, o Rutherford gravou no início de 2006 a sua primeira demo co-produzida pela cooperativa de bandas autorais MÓDULO B. Um disco que mistura o folk e o pós-punk temperado com o lirismo gótico. O vocal grave sussurra poesias ácidas e conta histórias bíblicas para traduzir nossas atuais aventuras. Quem teve uma importantíssima participação neste disco foi outro companheiro de sua antiga banda formada em 1998: Ricardo, vulgo Dr. Voice, fez belos arranjos tocando guitarra, baixo, teclado, sintetizadores e programações. As músicas do disco foram executadas em algumas rádios de Brasília, despertando o interesse de várias classes do rock. E foi desse interesse que surgiram seus novos e fabulosos com patriarcas. Com Tomé no baixo e Moisés no teclado, Elvis e Renato encontraram os centuriões que faltavam para continuarem sua luta. Quem teve oportunidade de assistir ao show da volta triunfante do Rutherford no Blues Pub em Taguatinga, pôde conferir as canções do disco em novas e magníficas versões tocadas pelos atuais instrumentistas. E assim como Bob Dylan na década de 70, Elvis trocou o violão pela guitarra, mas não foi vaiado. Sua guitarra veio como nova armadura, deixando as canções mais fortes e convincentes. Quem viu o show, notou as fortes influências de The Doors, Travis, Radiohead e Legião Urbana. As músicas novas, são dignas de um novo começo para a banda, com refrões que ficam martelando idéias na cabeça do público. Tocar em uma banda autoral é assim: resistindo às batalhas e sempre vencendo a guerra. Pois por mais que os fariseus ou as bandas covers dominem o mundo, o Rock’n’Roll sempre prevalece.
Por Bruno Brasmith
Um comentário:
caderudo voce ta com a bola toda e a mandioca tambem!!! kissss
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